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Passense vai lançar obra na Bienal Internacional do Livro

Ex-aluno da Escola Municipal da Mumbuca, André Nascimento apresenta “O Coelho” dia 9 de julho, em São Paulo

Da Redação – Imagens: Divulgação

Do campo para o mundo! O passense  André L. Nascimento foi aluno da rede municipal de ensino na escola municipal rural Dr. Manoel Patti, na comunidade rural de Passos conhecida como Mumbuca. Leitor ávido desde que foi alfabetizado, coleciona prêmios conquistados em concursos de redação e poesia, além de escrever peças teatrais para todas as instituições de ensino que frequentou.

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Bienal
Aos 14 anos, compôs a letra do hino da Escola Dr. Manoel Patti. O resultado deste encantamento pela leitura rompeu divisas. Dia 9 de julho André terá seu livro “O Coelho” lançado na Bienal Internacional do Livro, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Graduações
Graduado em Matemática pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) Unidade Passos e em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) e pós-graduado em Ensino de Língua Inglesa pela Cruzeiro do Sul/Unifran, André já tinha experiência com roteirização e mergulhou em cursos de aperfeiçoamento durante o período de isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus. O livro “O Coelho” começou a ser escrito após ele retornar de um curso de inglês na Oxford College House, em Londres. “[o livro] é inspirado, de forma sombria, na história de Lewis Carroll [Alice no País das Maravilhas], que me fascina desde criança”, explica André, que leciona inglês, português e literatura, além trabalhar como tradutor.

Apoio
Nascido na Mumbuca, André já era sonhador desde pequeno: dizia ao pai que iria falar inglês, morar fora, ser cantor, criar filmes e desenhos e conhecer o mundo inteiro. “Lembro-me de ter o apoio de muitos professores, o que fez total diferença, mas é claro que sempre havia as pessoas da comunidade, da própria família e outras crianças que olham torto para gente. Acham que somos malucos e não vamos dar em nada na vida, porque não ‘temos os pés no chão’”, relembra.

O livro está na pré-venda por R$ 45,90 com direito a brindes e marca-páginas para os primeiros compradores

 

Melhor presente
Aos 10 anos, André ganhou de um tio o que considera como o melhor presente: um dicionário de inglês. Foi o ponto de partida para ele se tornar fluente no idioma. Aos 17 anos ingressou na faculdade de Matemática em Passos e arrumou seu primeiro emprego. “Com o dinheiro que guardei, fui para o intercâmbio. Durante esse período, experimentei de tudo: teatro, música, desenhei cenário para peça teatral, mas nunca me encontrava. Foi em Londres que tudo começou, quando comprei um original de Alice no País das Maravilhas em inglês e recobrei a memória que tinha de criança. O filme da Disney era minha válvula de escape: imaginar que poderia haver todo um outro mundo cheio de aventuras. Eu só precisava encontrar o maldito buraco”, lembra-se, rindo.

Indagações
Em “O Coelho”, André fez uma releitura do clássico de Lewis Carrol. “Queria uma versão nacional, minha. Fluiu muito rápido, pois bastou colocar na minha protagonista muito de mim: uma adolescente que queria muito mudar a vida, desejava mais que tudo viver uma aventura, pois se sentia deslocada, não pertencendo a lugar nenhum. É aí que o livro se conecta aos jovens de hoje: existe muito desse sentimento, principalmente pós-pandemia. Quem sou eu? Por que não me sinto suficiente? Por que tenho que corresponder a tantas expectativas? Eu sou capaz? Eu posso ser um herói?”, indaga.

Rejeição
Quando voltou ao Brasil, André finalizou o texto e passou a enviar o original para editoras tradicionais. “Fui rejeitado por todas. Não satisfeito, paguei uma primeira impressão em uma gráfica, o que foi muito traumatizante, pois não houve correção. A capa era uma imagem do Pinterest e divulgação zero. Quando vi meu trabalho cheio de erros, quis desistir, me senti um fracassado”, desabafou.

Persistência
Com a pandemia, o jovem escritor acabou adiando a busca por uma editora. Nesse período escreveu mais dez livros, fez cursos e aprendeu muito sobre o mercado editorial. O livro foi parar nas mãos de Mari Vieira, escritora, revisora e editora de Campinas. Por meio dela, a obra desembarcou na editora Cabana Vermelha. “O Coelho” chegou a ser transformado em projeto de filme e enviado para uma produtora no Rio de Janeiro. Mas o dono da produtora perdeu a filha de forma violenta e acabou não levando o projeto para frente.

Pré-venda
Dia 30 de maio a segunda edição do livro foi lançada e está na pré-venda. Também foi em maio que André recebeu o convite para lançar a obra na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. “É realmente uma honra e algo que gostaria de compartilhar com toda a cidade, com todas as crianças e jovens, principalmente de lugares estereotipados, acorrentados na ideia de que se você nasce ali, você está fadado a ser algo já definido por todos ao seu redor.”
O livro está na pré-venda por R$ 45,90 com direito a brindes e marca-páginas para os primeiros compradores. Em Passos, André deve promover uma tarde de autógrafos em agosto.

 

Com informações do Departamento de Comunicação da Prefeitura de Passos

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