Mas afinal, o que é o Metaverso?
Terreno virtual, tênis digital, cerveja feita de pixels. Como a bilionária indústria desta nova camada da realidade já está alterando a vida no mundo físico
Da Redação – Fotos: Divulgação
Um terreno virtual vendido pelo equivalente a R$ 11,6 milhões. Um tênis físico emparelhado com o digital que vendeu 600 pares em seis minutos e faturou R$ 14,9 milhões. Uma cerveja que leva pixels em vez de cevada. Um futebol em que os campeonatos acontecem apenas nas telas.
Estas são algumas das novidades que o Metaverso já trouxe para a vida das pessoas. Mas, afinal, o que é este tal de Metaverso e como ele vai impactar o mundo real? A Verboaria fez um resumo do que promete ser a próxima revolução da tecnologia. Confira:
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O que é
O Metaverso é um espaço coletivo que mistura o físico e o virtual, possibilitando ao usuário imergir em uma realidade paralela, que pode ser ficcional, em alguns casos. Para acessá-lo será preciso usar tecnologias como óculos de realidade aumentada e de realidade virtual. O potencial de crescimento é tão grande que o Facebook trocou seu nome para “Meta”.
Origem da palavra
O termo Metaverso não é novo. Foi citado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, de 1992. A obra conta a história de “Hiro Protagonist”. Na “vida real”, o personagem é um entregador de pizza, mas no mundo virtual – chamado na história de Metaverso – é um samurai.
Primeira tentativa
A primeira tentativa de inserir os usuários no Metaverso ocorreu no início do século XXI, com o lançamento do jogo Second Life. Mas não emplacou por duas razões: as conexões de internet na época eram lentas e houve uma explosão da popularidade das redes sociais.
Cardboard
A grande aposta para popularizar o Metaverso é o cardboard, um um tipo de caixa de papelão em que é possível colocar um celular, que passa a transmitir conteúdos de experiência de realidade virtual a um custo menor. A Google não perdeu tempo e já lançou o seu.
Avatares
No universo do Metaverso, as pessoas poderão, no futuro, interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter vida social por meio de seus avatares 3D, que são bonecos virtuais customizados. A ideia é que os usuários não sejam apenas observadores, mas façam parte do mundo virtual.
NVidia
Não foi apenas o Facebook que abraçou o Metaverso. A empresa de computação de inteligência artificial Nvidia, por exemplo, anunciou em agosto o NVIDIA Omniverse, plataforma colaborativa de simulação. Nela, designers, artistas e outros profissionais poderão trabalhar juntos na construção de metaversos.
Microsoft
Já a gigante Microsoft lançou no mercado, no início de 2021, o Mesh, plataforma que permite a realização de reuniões com hologramas. Também criou avatares 3D para o Teams, sua ferramenta de comunicação.
Nike
Poderosa no mundo de artigos esportivos, a Nike criou a Nikeland, uma plataforma dentro do jogo Roblox. Já em dezembro, a multinacional americana adquiriu a RTFKT, startup conhecida por criações de calçados digitais e que mistura cultura e jogos. Um dos mais icônicos produtos já lançados pela RTFKT é um tênis colecionável híbrido ou seja, virtual e físico. Em março de 2021, a RTFKT vendeu, em apenas seis minutos, por US$ 3,1 milhões (R$ 14,9 milhões), 600 pares deste tênis híbrido, criado em parceria com o artista FEWOCiOUS, especializado em NFTs (produtos que possuem selos de autenticidade e que são exclusivamente digitais).
Mercado Imobiliário
Em novembro, um terreno virtual de 566 metros quadrados e que existe apenas no Metaverso da plataforma Decentraland se tornou o mais caro da história depois de ter sido vendido pelo equivalente a US$ 2,4 milhões (R$ 11,6 milhões) para a empresa Tokens.com. Decentraland é um mundo on-line colaborativo, onde pessoas podem visitar locais usando avatares e até fazer negócios utilizando como meio de troca a criptomoeda MANA.
Música
Cantores e djs já realizam eventos em ambientes digitais e ganham por isso. A cantora Ariana Grande, por exemplo, fez um show no ambiente do jogo Fortnite.
Publicidade
Proprietários de imóveis construíram outdoors no Metaverso e estão vendendo espaços para jogadores que querem fazer anúncios.
Cassino
Também já existem cassinos em plataformas de Metaverso. Jogadores podem apostar em jogos de azar, ganhando ou perdendo criptomoedas.
Arte
Artistas virtuais estão vendendo suas obras de arte registradas em NFTs nos ambientes digitais. Casas físicas renomadas, como a Sotheby’s, já aderiram a esse tipo de negócio.
Cerveja
Você já pode até tomar cerveja no Metaverso. Uma das maiores cervejarias do mundo, a Heineken lançou a Heineken Silver, sua primeira cerveja virtual. No lugar de malte, lúpulo ou outros ingredientes tradicionais, a cerveja é feita 100% de pixels.
Futebol
MetaSoccer é o primeiro jogo de futebol dentro do Metaverso. Os usuários podem criar seu próprio clube e gerar renda enquanto jogam, participando de toda a estratégia do jogo em tempo integral, como proprietários ou gerentes de clubes. O MetaSoccer se tornou patrocinador do Vasco da Gama.
Finanças
Blockchain (banco de dados público e descentralizado), criptomoedas e NFTs permitem movimentar valores e realizar o registro de propriedades virtuais no Metaverso.
A Bloomberg Intelligence prevê que esse mercado deve chegar a US$ 800 bilhões em 2024, impulsionado especialmente pelos games de Metaverso e eventos realizados nessa nova realidade. Já a gestora Grayscale vai além: estima que o Metaverso tem potencial para gerar US$ 1 trilhão em receita anual.
Agora que você já está por dentro do que é o Metaverso, responda: o que você acha deste novo modelo de realidade?