Brasil e outros países sofrem com o problema. Em janeiro, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) já havia alertado sobre a escassez de insumos
Da Redação – Foto: Fernando Zhiminaicela/Pixabay
Um vídeo publicado esta semana nas redes sociais do prefeito de Passos Diego Oliveira causou polêmica e apreensão entre os internautas. Na postagem, o prefeito informa que o município está sem testes para detecção da Covid-19. Ele afirma que não há prazo para a entrega dos 7 mil kits já comprados e que deveriam ter sido entregues semana passada, assim como não existe previsão para a chegada de outros 15 mil já encomendados para a segunda quinzena de fevereiro.
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Como consequência da escassez de testes, o número de casos positivos notificados pela prefeitura despencou: 220 segunda-feira contra 63 na terça. Em janeiro, a Verboaria havia divulgado em suas redes sociais nota técnica da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). No documento, a Abramed alertava para a “utilização criteriosa de testes para evitar risco de redução de oferta de exames para detecção da Covid-19.”
O órgão cita ainda que “a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.”
Mais à frente, destaca que outros países já estavam sem insumos […] e que no Brasil […] “há um risco real de desabastecimento”. E sugere que, diante do desabastecimento iminente, os testes sejam aplicados “segundo uma escala de gravidade”.
Confira a íntegra da nota técnica:
Nota Técnica sobre Desabastecimento de Insumos para Testes de Covid-19
A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), através de seu Comitê de Análises Clínicas, orienta por meio desta nota acerca da utilização criteriosa de testes para evitar risco de redução de oferta de exames para detecção da Covid-19.
A importância da testagem de toda a população para controle epidemiológico e manejo de pacientes em uma pandemia é reconhecida por todos os profissionais de saúde e até mesmo por pacientes. Todavia a Abramed alerta que, assim como em outras partes do mundo, a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.
A alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da capacidade produtiva global de testes, tanto de PCR como de antígeno, e se os estoques não forem recompostos rapidamente poderá ocorrer a falta de oferta de exames.
Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil, não sendo possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento.
Dessa forma, recomendamos aos associados a priorização de pacientes para efetuarem os testes, segundo uma escala de gravidade a seguir:
1. Pacientes que tenham maior gravidade de sintomas
2. Pacientes hospitalizados e cirúrgicos
3. Pessoas no grupo de risco
4. Gestantes
5. Trabalhadores assistenciais da área da saúde,
6. Colaboradores de serviços essenciais
Outras entidades do setor de saúde também serão contatadas pela Abramed, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ministério da Saúde, Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Associação Médica Brasileira (AMB), e outras entidades congêneres, para que haja a sensibilização sobre a importância de otimizar o uso dos testes disponíveis até que a situação seja normalizada.