HRC Passos denuncia falta de medicação contra o câncer de mama
Trastuzumabe deveria ter sido enviado pelo Governo federal via Secretaria de Saúde de Minas. Hospital teve de arcar com os custos e cobra a restituição do medicamento
Em comunicado conjunto enviado à imprensa e distribuído via redes sociais, o Hospital Regional do Câncer de Passos e a Sant Casa de Passos denunciaram a falta do medicamento Trastuzumabe. Fundamental no tratamento do câncer de mama, o remédio deveria ter sido enviado pelo Ministério da Saúde por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Para não comprometer o tratamento das mulheres, a Santa Casa comprou a medicação com recursos próprios e agora cobra o a restituição da medicação.
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Desde julho
No comunicado, o Hospital Regional do Câncer de Passos informa que atualmente atende 79 pacientes que necessitam de tratamento contínuo com o Trastuzumabe 150 mg e que, desde julho deste ano, tem cobrado repetidamente a Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a deficiência no fornecimento do remédio.
Dia 10 de julho, o HRC solicitou 220 frascos de Trastuzumabe para tratar 69 pacientes que já estavam em tratamento contínuo com a medicação. No entanto, apenas 84 frascos foram liberados pela Secretaria Estadual de Saúde, uma quantidade insuficiente para atender a todos os pacientes que dependem desse medicamento essencial. Posteriormente, em 09 de agosto, o hospital fez uma nova solicitação, desta vez para 300 frascos, mas nenhuma quantidade do medicamento foi liberada.
Novos pacientes
No decorrer do mês de agosto e início setembro de 2023 houve a indicação de outros 10 pacientes, totalizando 79 pacientes que dependem do Trastuzumabe, seja para manter seus tratamentos em andamento ou para o início de casos novos. Essa situação, cita o comunicado , “coloca em evidência a urgente necessidade de uma solução para garantir o fornecimento constante e adequado desse medicamento fundamental para o enfrentamento contra o câncer de mama.”
Custos
Para evitar a interrupção do tratamento de pacientes que já haviam iniciado o uso do Trastuzumabe, a Santa Casa de Passos assumiu os custos. A instituição desembolsou R$ 330.995,80 para adquirir 228 frascos que foram utilizados para garantir que os pacientes continuem a receber o tratamento. A Santa Casa aguarda a restituição da medicação.
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Outro lado
No fim da tarde desta quinta-feira a Verboaria entrou em contato com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, mas até a publicação desta matéria não havia recebido retorno.
Mais cedo o portal G1 publicou matéria relatando situação semelhante em Varginha, também no Sul de Minas. Segundo dados do Ministério da Saúde informados ao G1, das 19.396 unidades do Trastuzumabe previstas para o 3º trimestre de 2023, apenas 4,9 mil unidades foram entregues a Minas Gerais. Ainda de acordo com a nota, o Ministério da Saúde informou que um pedido de antecipação da próxima entrega já foi feito ao laboratório, que está atento ao cumprimento dos prazos contratuais e ao cronograma de abastecimento de medicamentos e que irá repassar as doses que faltam a Minas Gerais no prazo.
Já a Secretaria de Estado de Saúde informou ao portal que sobre alguns medicamentos oncológicos, como o caso do Trastuzumabe, o Ministério da Saúde assumiu a aquisição centralizada e distribui esse item trimestralmente aos estados, e que a SES faz apenas a logística de distribuição.
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