Especialista em desenvolvimento regional, turismóloga conta os perrengues que já viveu em hotéis e dá dicas para profissionais que querem empreender no turismo
Texto: Lívia Ferreira – Fotos: Acervo pessoal
Imagine você ir a até a mesa do café da manhã do hotel se servir e dar de cara com um rato? Ou receber as chaves e, ao abrir a porta do quarto, encontrar dois cotonetes usados sobre o frigobar? Ou ser acordada às duas da manhã por um hóspede bêbado que tinha a chave do seu apartamento? E que tal ser assediada pelo recepcionista que se apaixonou pelo seu pé?
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Estas são apenas algumas das situações inusitadas que a turismóloga e especialista em desenvolvimento regional Fabiana Rocha já enfrentou durante seu trabalho itinerante de consultoria em hotéis e pousadas de Minas Gerais. Os “causos” da vida real estão reunidos no seu canal Histórias que Vivenciei na Hotelaria, disponível no Youtube. Nele, Fabiana relata os perrengues e as experiências positivas que vivencia durante suas hospedagens e dá dicas a empresários que pretendem empreender no setor do turismo – um dos que mais crescem no Brasil e que está se recuperando com força total após o pico da pandemia.
Experiência
Antes de abrir sua empresa de consultoria e treinamento, Fabiana já acumulava experiência de 12 anos como analista técnica do Sebrae na microrregião de Passos. A demanda por consultoria na área de turismo foi aumentando de tal forma que, para focar nesta área, ela decidiu seguir carreira solo em setembro do ano passado.
Como perder o hóspede
Seu olhar clínico para o turismo se aguçou depois de ler, durante a faculdade, o livro Assassinatos na Hotelaria ou como perder seu hóspede em oito capítulos, de Ricardo Coimbra “Depois de ler o livro, eu já chegava a hotéis e pousadas com olhar minucioso, técnico. Comecei a registrar e tirar fotos. Futuramente quero escrever livros com esses cases”, planeja.
O canal no Youtube era um projeto guardado na gaveta desde 2005. Mas não sobrava tempo. “Quando eu saí do Sebrae retomei este sonho”, relata. O projeto deu tão certo que acabou atraindo a atenção inclusive de donos de queijarias, para os quais ela tem produzido vídeos específicos.
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Surpresa
Mas nem tudo são espinhos nas experiências de Fabiana, que escolheu morar em Itaúna (MG) pela facilidade logística em atender os clientes. Ela relata que se tornou frequentadora assídua de um hotel da região pela capacidade que a equipe tem de surpreender. O café da manhã, que costuma ser servido a partir das 8h, foi disponibilizado a ela às 7h. “Em cidades onde o turismo de negócios é forte, o ideal é servir o café a partir das seis da manhã, já que muitos hóspedes precisam se deslocar para começar a trabalhar às oito”, recomenda. Nesse mesmo hotel, ela foi surpreendida pela customização. “Não tinha queijo da canastra no café da manhã. O hotel percebeu que era uma necessidade minha e providenciou. Uma vez me hospedei acompanhada e, quando abri a porta, o quarto estava preparado para receber um casal em lua de mel. Também fui surpreendida por um convite de passeio a cavalo guiado. Já aconteceu de eu chegar fora do horário e eles me receberem com um jantar. Este é um hotel para onde sempre quero voltar”, garante.
Aprimorando
Fabiana destaca que, com o hiato imposto pela pandemia, muitos hotéis tiveram a oportunidade de ajustar processos e treinar melhor as equipes, o que tem resultado na melhoria dos serviços prestados. “Em todos os sentidos a concorrência é boa. E se seu puder dar um conselho a quem empreende na área do turismo, é este: nunca se acomode. Busque sempre melhorar. Não só atender as necessidades, mas superar as expectativas”.
Quer conhecer mais “causos” da Fabiana? Então clique aqui e acesse o canal.
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