Um dos mais relevantes artistas plásticos de Passos ganhou uma obra em sua homenagem. Falecido aos 97 anos, em 23 de abril de 2015, o pintor Wagner de Castro tem a sua trajetória retratada pelo publicitário, produtor cultural e professor universitário Diego Desimoni (45).
As exibições acontecem terça, quarta e quinta-feira desta semana e a entrada é gratuita. Confira a programação abaixo:
Produzido com captação de recursos da Lei Aldir Blanc, o documentário Wagner de Castro é a oportunidade de conhecer, não só a obra, como detalhes da vida pessoal de um pintor que conseguiu traduzir em cores e traços a dualidade entre a homem material e espiritual – o pintor era adepto do espiritismo cristão e seu acervo é um dos poucos no mundo que retrata a arte espírita. “As obras de arte devem ter um conteúdo educativo que auxiliem na formação do homem”, dizia ele. Neste sentido, suas criações apresentam ensinamentos espirituais, possibilitando ao público melhor compreensão da doutrina espírita.
Ex-aluno e agora biógrafo
Ex-aluno do artista, Diego tinha afinidade pessoal com ele. “Quando a gente fazia exposições, ele sempre nos dava um grande incentivo. Eu gostava muito dele”, explica.
Um dos desafios enfrentados para a produção do documentário de 56 minutos foi encontrar equipe disponível – Passos vive um momento de grande efervescência cultural e os profissionais da área estão produzindo seus próprios projetos. Diego obteve com o cinegrafista Itamar Bonfim autorização de uso de imagens antigas que relembram a história do pintor. Formado pela FAAP em São Paulo, o publicitário trabalha com produções audiovisuais desde 2007. Seu próximo projeto é a realização de oficinas de fotografia em escolas de Passos.
Sobre Wagner de Castro
Wagner de Castro nasceu em 27 de julho de 1917 em Franca (SP) e iniciou sua experiência
com arte aos 11 anos. Aos 20 teve contato de dois meses com a Escola de Belas Artes
de São Paulo, como ouvinte livre. Inconformado com os processos acadêmicos, retirou-se da escola e seguiu carreira autodidata com suas experiências.
No fim de 1939, depois de uma visita aos avós maternos em Passos, decidiu se mudar para o município. Em contato com a atmosfera da cidade, modificou o tratamento das cores, substituindo o cinzento da fase paulistana por tons claros e luminosos.
A vida pacata do interior, em contrapartida à agitação da grande cidade, tornou o artista mais introspectivo, dando origem a temas filosóficos e de pensamento mais aprofundado, o que se refletia em suas obras. Os críticos enquadravam a produção de Wagner dentro do surrealismo. O artista, entretanto, não se filiou a nenhuma escola.
Wagner não era interessado por exposições, mas participou de algumas e, em 1964, realizou a sua primeira individual.
Algumas exposições:
Individuais
Selearte, São Paulo – 1964
Moldurarte, Belo Horizonte – 1969
Museu de Arte de São Paulo – 1964 e 1981
Pinacoteca Municipal de Franca – 1980
Museu de Arte de Belo Horizonte – 1989
Fundação Cultural do Distrito Federal – 1983
Piumhi (MG) – 2002
Coletivas
Salões do antigo prédio da Escola de Artes de São Paulo 1937 / 39
Royal College of Art, Londres – 1965
Palácio das Artes, Belo Horizonte – 1983
Governador Valadares (MG) – 1986
Em Passos, participou com artistas mineiros em outras exposições.
Onde estão as obras
Há quadros de Wagner de Castro no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte de Belo Horizonte, Museu Guilherme de Almeida (SP), Museu do Café em Ribeirão Preto – (SP), além de coleções particulares.
A Casa de Cultura de Passos possui um acervo de 56 quadros que foram doados ao município. A exposição permanente tem acesso gratuito e fica aberta de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.
Para saber mais
Conheça mais sobre o artista acessando o portal Wagner de Castro e o site Noticiar. Conheça abaixo algumas obras do artista:
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