
A notícia de que o prédio da UEMG localizado na Avenida da Moda irá a leilão causou comoção na comunidade acadêmica de Passos e está mobilizando a classe política. Na tarde de ontem, o deputado estadual Cássio Soares publicou em suas redes sociais um comunicado de que irá tentar interceder para evitar a venda do prédio. Veja o vídeo:
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Leilão
O leilão on-line do bloco 4 da UEMG está marcado para o dia 2 de setembro, às 9h30min. O local abriga salas de aula e laboratórios e está avaliado em R$ 12 milhões. O agendamento do leilão coube à 2ª Vara do Trabalho do município. O bloco 4 será leiloado porque foi penhorado pela Justiça – resultado de uma dívida trabalhista de cerca de R$ 300 mil.
Lance
O edital do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) definiu que lances abaixo de 60% do valor não serão aceitos. Assim, o lance inicial será de R$ 7,2 milhões. O imóvel possui área de 3.765 m², com 2.114 m² de área construída.
Estadualização e dívidas
Ao jornal O Estado de Minas, o vice-diretor da UEMG Passos, Vinícius D’Avila, explicou que a unidade da universidade no município foi criada a partir de um processo de estadualização, ocorrido no final de 2014, da Fundação de Ensino Superior de Passos (Fesp), uma instituição privada, sem fins lucrativos, mas que cobrava mensalidades dos estudantes.
“E o Estado assumiu algumas dívidas e algumas pessoas entraram com processos trabalhistas contra esta fundação. Em 2017, uma ex-servidora entrou com um processo contra a Fesp e a Justiça ordenou a penhora de um dos imóveis da UEMG, mas que até então estava em nome da Fesp. Esse imóvel, posteriormente, foi transferido para a UEMG, enquanto a dívida trabalhista, como todas as outras, foram transferidas para o Estado. Acontece que o Estado até o presente momento não quitou esta dívida e, por isso, o imóvel foi colocado em leilão”, disse.
D’Ávila ressaltou ao jornal que a única forma de o leilão ser interrompido é se a Secretaria de Estado da Fazenda se comprometer a quitar a dívida trabalhista. “Por isso, a nossa defesa é que a pasta assuma esta dívida e que a gente consiga interromper este leilão.”
Em postagens feitas no perfil oficial do Instagram, o Centro Acadêmico 12 de maio, ligado ao campus da UEMG em Passos, classificou a notícia do leilão como alarmante e inaceitável. “É justo que trabalhadores e trabalhadoras cobrem seus direitos, mas é preciso deixar claro: essa dívida não é da UEMG, e sim da Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais. Não se pode prejudicar o ensino superior e toda a comunidade acadêmica por uma irresponsabilidade que não lhes cabe.”
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